quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O que queremos para os nossos miúdos



Esta mensagem foi-me enviada por uma colega. O facto de alguns partilharem as tarefas de professor e pai é dos maiores patrimónios das nossas escolas. Espero que o próximo ano se paute pelo entendimento de pais e professores, relativamente ao melhor para a escola e para os nossos alunos (os miúdos)

Feliz 2010

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"O Palhaço"




Mário Crespo tem vindo a assumir algumas posições muito corajosas e frontais. Quase todos conhecem as suas credenciais como jornalista e é inegável a sua ética e postura, ao longo da sua já longa carreira.
Eu não sou especialmente fã de artigos de opinião, porque nos querem ensinar a pensar, na maior parte dos casos. Isto não quer dizer que os não leia, mas sempre com um pé atrás e frequente insatisfação. No caso do artigo de opinião de Mário Crespo no Jornal de Notícias de ontem, abro uma excepção e sinto-me plenamente satisfeito. Para quantos o não tenham lido ou não tenham dado conta do que Mário Crespo fez, aqui fica o link;
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=M%E1rio%20Crespo

Passo a ser fã.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Uma Boa Semana




Há momentos críticos e bons em toda a nossa vida, pessoal ou privada. Quando eles "se organizam" por semanas é que a coisa se complica ou se torna mais notável.


Para a escola em Paredes de Coura este é uma semana boa:


1. A Associação de Pais Courenses (APEC) alargou o seu campo de acção e, além da sua representatividade sempre crescente, já exerce solidadiredade em contexto escolar, por exemplo com a oferta de cadeiras de rodas e outros materiais à escola e recentemente lançou o blogue que podemos encontrar em http://apecourenses.blogspot.com/, que mereceu certamente a minha visita e apoio e merecerá a vossa apreciação. Parabéns pelas iniciativas.


2.A nova ministra da educação, Isabel Alçada já admitiu abandonar a divisão da carreira em professores de primeira (Titulares) e de segunda (professores...). Além disto, apesar de a suspensão deste modelo avaliatico ser tabú, prevê-se que em Dezembro deixe de existir e seja substituído por outro, que se espera mais justo e consensual. Parabéns educação nacional (A ver!!!...)

domingo, 27 de setembro de 2009

Mais uma viagem, mais uma aventura...


O povo escolheu, está escolhido.
Para a maioria dos professores, a perda da maioria absoluta já é castigo e vitória que chegue. Para mim, só a saída do senhor "engenheiro" seria suficiente.
Ao longo da minha vida em democracia (35 dos 41 anos, que tenho) sempre consegui encaixar os resultados eleitorais, mesmo quando não eram os que eu considerava mais desejáveis.
Desta vez não será diferente. Vou engolir o resultado com muita água das pedras e alguns sais de frutos.
Tenho muito receio pelo que se avizinha, apesar de estar crente que a "garimpa" do governo vai sofrer severa moderação, sob pena de paralisarmos as escolas de formas mais radicais, sem olhar a solidariedades com os pais, se continuarem sem perceber que partilhamos a barricada, na defesa da educação dos seus filhos.
Como gritava o homem dos carrosseis na feira popular: "Mais uma viagem, mais uma aventura".
Viva a democracia, mesmo quando não me convenha.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Confap esboroa-se?


Cinco dirigentes da Confap demitem-se
Hoje às 15:18

Cinco dirigentes da Confap pediram a demissão devido a «discordâncias internas sobre políticas de educação nacional». Segundo o vice-presidente António Amaral, em causa estão as posições de apoio de Albino Almeida ao Governo.
Cinco dirigentes da Confederação Nacional das Associações de Pais pediram a demissão devido a «discordâncias internas sobre políticas de educação nacional» por causa das «posições de apoio do presidente da Confap ao Governo».
Ouvido pela agência Lusa, o vice-presidente e membro do Conselho Executivo da Confap explicou que estas posições de apoio de Albino Almeida «não têm eco nas associação de pais do distrito de Setúbal» que os demissionários representam.
Segundo António Amaral, esta demissão está ainda ligada com «sérias preocupações de que a Confap não vai por um caminho de independência» em relação ao poder político e ao actual governo.
Este dirigente adiantou ainda que a demissão de Gina Oliveira, Fernando Coelho e António Amaral, do Conselho Executivo, e de António Farto e Agostinho Oliveira, do Conselho de Jurisdição e Disciplina, foi decidida a 12 de Setembro, durante uma reunião executiva.
António Amaral, que explicou que «o processo não está ainda formalizado porque falta comunicar ao presidente da Assembleia-geral», adiantou que os membros eleitos das associações de pais do distrito de Setúbal pretendem uma «Confap forte, ligada às associações de pais e independente do poder político».

domingo, 13 de setembro de 2009

O Poste e a Tartaruga



Enquanto suturava um ferimento na mão de um velho (cortada por um caco de vidro indevidamente jogado no lixo), o médico e o paciente começaram a conversar sobre o País, o governo e, fatalmente, sobre Sócrates...

O velhinho disse:
- Bom, o senhor sabe, o Sócrates é como uma tartaruga em cima do poste...

Sem saber o que o velho quis dizer, o médico perguntou o que significava uma tartaruga em cima do poste.

Ao que o velho respondeu:
- É, quando o senhor vai por uma estradinha, vê um poste.
- Lá em cima está uma tartaruga a tentar equilibrar-se. Isso é uma tartaruga em cima do poste.

Perante a cara de espanto do médico, o velho acrescentou:
- Você não entende como ela chegou lá;
- Você não acredita que ela esteja lá;
- Você sabe que ela não subiu para lá sozinha;
- Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
- Você sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;
- Você não entende bem porque a colocaram lá;
- Então, tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá e providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima definitivamente não é o seu lugar!

Anedota que corre a Internet

terça-feira, 7 de julho de 2009

Água mole...

(Nunca o fiz e não vai ser desta)

Tirando as aulas de Estudo Acompanhado, não sou grande adepto dos ditados populares, a não ser para os recriar.

Neste caso, faço-o para homenagear Manuela Ferreira Leite, que não só deu uma grande volta a si mesma, como o fez ao partido, acabando por conquistar o eleitorado. Finalmente, o povo que responde a inquéritos por telefone manifestou disponibilidade para lhe dar uma hipótese de mostrar o que vale.

Sem tento na língua, a líder do PSD declarou que esta avaliação de professores não serve, muito simplesmente porque não é possível gerir a educação contra os professores, a não ser que o objectivo seja o de ir distraindo o eleitorado com falsos problemas, para que os verdadeiros problemas possam ficar sem solução.

Ao tentar atirar areia para os olhos do "povinho", José Sócrates conseguiu evitar responder pela falta de eficácia das suas políticas, pela evidente falta de ética do passado e do presente, pelo descaramento de "apanhar boleia" da crise internacional etc. etc.

Dentro do que me for possível, vou continuar a lutar para que o senhor "engenheiro" possa ir exercer a sua profissão e desenhar casas "lindas", como sempre fez...

... tanto dá até que há-de furar.
(não consegui resistir)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Homologação da eleição



Depois de algumas vicissitudes, a homologação lá veio.


A professora Cecília Terleira está confirmada no cargo de Directora do Agrupamento Vertical de Escolas do Territótio Educativo de Coura (AVETEC).


A eleição havia acontecido em finais de Maio, sendo que a professora Cecília obteve 12 votos dos 20 elementos presentes (60%). Coube à DREN investigar da legitimidade da eleição, até homologar a mesma, o que aconteceu hoje.


Ao contrário do "anunciado" num jornal local, não se aproximam tempos difíceis, devido a alegada divisão da comunidade escolar. Os membros do Conselho Geral zelarão pelo bom funcionamento das escolas, em estreita colaboração com a nova directora. Estou seguro que, com a experiência democrática que a generalidade dos membros possui, saberemos respeitar o que a democracia ditou e agir com lealdade, a partir desta nova fase.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

APEC - A nova Associação de Pais

Recebi ontem notícias do meu colega Dinis Fernandes de que a nova Associação de Pais e Encarregados de Educação Courenses (APEC) terá eleito os seus órgãos sociais. Este passo prepara-os para o seu reconhecimento oficial, pelas entidades competentes. Passo a divulgar a composição dos ditos órgãos sociais:

Assembleia-Geral:
Presidente: Helena Barbosa Ramos Fernandes;
Primeiro secretário: Miguel Ferreira Braga;
Segundo secretário: Paula Maria Silva Sousa Barbosa.

Direcção:
Presidente: Maria Madalena de Sousa Rodrigues Cunha;
Vice-Presidente: Vitor Manuel Rodrigues da Cunha e Sousa;
Secretário: Dinis António Sá Fernandes Pereira;
Tesoureiro: Manuel Araújo Fernandes;
Vogal: Maria Anilia de Brito Rodrigues;
Vogal: Manuel Feliciano Cunha Barros;
Primeiro suplente: Maria da Glória Sousa;
Segundo suplente: Teresa Alexandra C. Felgueiras.

Conselho Fiscal:
Presidente: José Carlos Pereira Pinto;
Primeiro secretário: Marlene Cristina Leites Machado Costa;
Segundo secretário: Albano Rodrigues de Sousa.

Perante este passo importante, resta-me desejar-vos bom trabalho e afirmar que, apesar de ainda não estar em condições para ser sócio, o serei logo que possível. Desejo ainda, para bem da escola que a vossa estrutura colabore com as escolas do concelho e nunca opte por uma atitude de Vigilante/vingador, que parte do princípio que todos os docentes são mal intencionados e desonestos. Essa atitude tem afastado os professores das comunidades que servem e provocado alguns danos que poderão já ser irreversíveis.
Conhecendo a maior parte dos seus integrantes, tenho esperança que a vossa associação opte por uma atitude de serviço à comunidade, como têm feito algumas associações de pais exemplares, como Caminha, Albufeira, entre outras, em que os pais usam os seus tempos livres para fazer voluntariado por forma a melhorar as condições de segurança, higiene, entre outros serviços, das escolas a que estão ligadas.

Bem hajam, por Paredes de Coura e pelos seus alunos.

domingo, 7 de junho de 2009

Finalmente!!!!

Agora, parece que não só os professores que não votam PS.

sexta-feira, 5 de junho de 2009



"Pois. Se aquilo que o Diabo revela é verdade, é caso para recordar o provérbio: "quem tem telhados de vidro não deita pedras".
Pois o homem fartou-se de escrever no Público que os professores que resistem devem ser alvo de processos disciplinares e até qualificou o Inferno que o Governo criou nas escolas como uma benéfica revolução.
Ó Vital, o muro de Berlim já não existe. Muda lá de vocabulário. Eu sei que só acordaste para a realidade quando o muro te caiu em cima. Ao leve incómodo provocado pela queda do muro, tu respondeste encostando-te ao PS. E desde essa altura, tens sido o mais seguidista de todos os socialistas.
O Governo erra? Tu dizes que era preciso. O Governo legisla? Tu aplaudes. O Governo maltrata os professores? Tu concordas. O Governo cria a maior confusão e desmotivação de sempre nas escolas públicas? Tu dizes que é uma revolução. Não tens emenda. E agora vem o semanário Diabo dizer que o "mestre Vital só sabe faltar". Será exagero? Seja como for, é de mau tom um professor atirar pedras aos que também são professores. É por isso que os 150 mil professores - aqueles que tu andaste a criticar nos teus artigos no Público - te vão castigar no Domingo. No dia 7 de Junho à noite, vais conhecer o sabor da ingratidão socialista. Vão dizer que o culpado da derrota foste tu. E tu escreverás na tua crónica semanal no Público que o Governo é bom, o PS é óptimo, tu é que foste um erro de casting. No Domingo, vou votar com gosto."

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Pompa e circunstância? Não. Simplicidade.



Entrada da Professora Cecília Terleira na escola hoje, dia 27 de Maio, no intervalo das 10.00. Recebida por alunos, funcionários e professores. Após a comoção inicial, disse que só pelos alunos vale a pena tudo e que todos nos tínhamos que ajudar, para que a escola se destacasse pela qualidade pedagógica, como se distinguiu pela democrática e pela cidadania.

terça-feira, 26 de maio de 2009

A excelência assusta

Quando faltam menos de 24 horas para sabermos o destino da nossa escola, após termos tido a oportunidade de falar com ambos os candidatos, sinto-me preocupado como todos os professores desta escola, alguns encarregados de educação, alguns cidadãos courenses e muitos amigos nossos (dos courenses).

Cecília Terleira tem dedicado os últimos anos (15) a esta casa e a este concelho. Neste tempo, o agrupamento vem-se tornando uma referência a vários níveis, com destaque para a inclusão, a democraticidade, a preocupação pedagógica, a solidariedade pedagógica, social e comunitária.

O apoio deste agrupamento à cultura courense está bem patente nas ajudas que vem dando a associações culturais e desportivas do concelho, não as onerando com o uso das instalações, celebrando protocolos de cooperação com quantos lho solicitam.

O país vai-lhe reconhecendo o mérito e prova disso é a imagem acima, que se vem tornando um símbolo da democracia adoentada em que vivemos. Ciente dos riscos que corria, das sensibilidades que ia mover em ano crítico, Cecília Terleira decidiu ser solidária com a classe profissional que mais lutou pelo progresso do concelho, acatando as decisões do Conselho Pedagógico e das reuniões gerais de professores, sem temer pelas consequências que alguns procuram inflingir-lhe.

Das pessoas com quem falo, uma qualidade da Cecília acolhe a unanimidade: a sua frontalidade. Os que estão mais próximos revêm-se na inventividade que dedica a solucionar as carências pedagógicas e sociais do concelho, contribuindo para o gosto dos alunos pelos equipamentos culturais do concelho, pela força com que acolhe todas as iniciativas em que reconhece a possibilidade de melhorar a oferta formativa do agrupamento.

Prova do seu entusiasmo - que contagia - são as dezenas de professores que preferem deslocar-se de Viana, Braga, Gaia, Porto para poderem participar dos seus projectos.

Independentemente do resultado que se obtenha hoje, o teu nome estará gravado em nós, professores e courenses, por muito e muito tempo.

PS (post script, não confundir) - A excelência mantêm-se por Coura. Afinal, sabemos reconhecer o mérito a quem o tem e, acima de tudo, a quem o merece! A vitória é apenas o início de mais um desafio! Agora, mãos ao trabalho!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Só faltam 139.000




A DERROTA DAS MAIORIAS
O governo governa com a maioria e não com as manifestações da Rua, diz o Sr. Primeiro Ministro. É verdade, se o PS não tivesse a maioria, o Governo nunca teria tido a coragem de insultar os professores, nem de aprovar o novo estatuto da carreira docente, que é um insulto a quem presta tão nobre serviço à Nação.
Já foi votada no Parlamento por três vezes a suspensão do novo estatuto da carreira docente e das três o PS votou contra suspensão.
As maiorias só favorecem os poderosos, as classes trabalhadoras que produzem riqueza saem sempre a perder. É fácil para quem tem vencimentos chorudos vir à televisão pedir para que apertemos o cinto. Colegas, chegou o momento de ajustar contas com o PS. Se este partido tivesse menos de 1% dos votos expressos nas últimas eleições, não teria a maioria e nunca teria tido a coragem de promover esta enorme afronta aos professores.

Somos 150.000, o equivalente a 3% dos votos nacionais expressos. Se nas próximas eleições, que são dentro de um ano, todos os professores votarem em massa em todos os partidos, excepto no PS, este partido nunca mais volta a ter a maioria e será a oportunidade soberana de devolver ao Sr. Sócrates as amêndoas amargas que ofereceu aos professores.
Colegas, quem foi capaz de ir do Minho, Trás-os-Montes, Algarve, Madeira e Açores a Lisboa, também consegue nas próximas legislativas dirigir-se à sua assembleia de voto e votar a derrota do PS.
Em Portugal há partidos para todos os gostos, quer à direita quer à esquerda do PS, é só escolher, maiorias nunca mais.
Os professores, para além de terem a capacidade de retirarem a maioria ao PS, têm a capacidade de o derrotar, basta para isso que os professores convençam metade dos maridos ou mulheres, metade dos seus filhos maiores, metade dos seus pais e um vizinho a não votar PS, e já são mais de 500.000. Foram os votos que o PS teve a mais que a oposição.
Os professores estão pela primeira vez unidos, esta união é para continuar, e têm uma ferramenta poderosa ao seu alcance, a Internet, que nos põe em contacto permanente uns com os outros.
Senão vejamos, esta mensagem vai ser enviada a cinco colegas. Se cada um dos colegas enviar a mais cinco dá 25. Se estes enviarem a mais cinco dá 125.Se estes enviarem a mais cinco dá 625. Se estes enviarem a mais cinco dá 3.125.Se estes enviarem a mais cinco dá 15.625. Se estes enviarem a mais cincodá 78.125. se este enviarem a mais cinco dá 390.625, isto é, o dobro dos professores que há em Portugal. À sétima vez que esta mensagem for reenviada todos os colegas ficarão a saber a informação que ela contém.
Começou oficialmente a campanha eleitoral dos professores contra o PS:

VOTA À DIREITA OU À ESQUERDA! NÃO VOTES PS!

in http://vilaforte.blog.com/3886618/

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O bom filho à casa torna...

... e o mau nunca mais sai! Não me estou a referir à Popota, nem às mensagens que manda do outro mundo - isso é mais uma verruga, que não temos coragem de operar, nem nos decidimos a levar uns cravos ao S. Bentinho...

Neste caso, o filho é mesmo o Magalhães.

Lembra-me sempre a figura de um papá orgulhoso a mostrar a angelical figura do rebento lourinho e de olho azulão, mas que acaba por ter um delinquente juvenil, acnoso e que se perde nos drunfos e pastilhas. Nunca mais se pode apresentar a ninguém, nem que se recupere. Cada vez que nos perguntarem por ele, a conversa desandou e começa um chorrilho de desgraças que vive ou a que sobreviveu.

Vejamos o querubim Magalhães, se não é um gosto:

- Descobre-se logo que é todo feito no estrangeiro, excepto a casaquinha de couro azul;

- Dá erros de meia-noite;

- Chegou atrasado a quase todo o lado;

- Foi dado e recolhido no frenesim da propaganda;

- foi usado para pôr professores de Informática a faltar às aulas, para irem cantar e dançar;
- Provoca miopia!
Por muitas voltas que lhe dermos, vamos sempre ter que explicar da desintoxicação, da profe que o tramou no sétimo, que aquele padeiro louro, ainda não ia lá a casa na altura...
Nunca mais nos podemos gabar que é Engenheiro como o pai...
... bem, venha o diabo e escolha.
...
...
...
A este respeito o professor insultado Armando Lopes disse:
A ESPADA AZUL

Há muitos, muitos anos, no tempo em que ainda existiam dragões, um Rei, dono e senhor do seu pequeno território, teve uma ideia:
- E se eu mandasse distribuir por todas as crianças do Reino uma bela e resistente espada azul!?
E se depressa o pensou, mais depressa o fez. Ordenou aos seus mais obedientes vassalos que fizessem o levantamento de quantas crianças havia no Reino para mandar então produzir as espadas necessárias. O Rei pensava que tudo seria muito rápido mas, os poucos ferreiros que o Reino tinha, trabalharam dia e noite durante meses, e mesmo assim foi difícil conseguir entregar as espadas a todas as crianças, ainda por cima, azuis. Não existia no Reino tinta dessa cor, e foi preciso mandá-la vir de muito longe. Além disto, o Rei ainda exigiu das famílias mais abastadas, 50 alqueires de trigo ou centeio em troca da dita espada. O Rei, ciente da necessidade de ensinar as crianças a dominar a espada, tratou de formar especialistas para transmitir tais ensinamentos. E então, de um dia para o outro, ordenou-lhes que se apresentassem nos paços do Reino. E durante dois dias, num ambiente que parecia de festa, animado por vários arlequins de outros Reinos, aprenderam a andar a cavalo, ouviram histórias de encantar, aprenderam a dominar o arco e a flecha, a fazer fogo e até a construir armadilhas para crocodilos. E no fim, foram-se embora um pouco confusos, estavam prontos para … ensinar as crianças a dominar a espada?!
A festa de aniversário do Rei estava a chegar, e ele andava feliz pois já quase todas as crianças tinham a espada, e as famílias, embora com fome e frio, sentiam que a espada era uma dádiva: um presente do Rei, o qual tinham a obrigação de agradecer.
E eis senão quando, os ventos começam a soprar as vozes oprimidas do povo:
- As espadas que o Rei ofereceu estragam-se quase todas, algumas têm dois gumes, outras não têm nenhum. Há ainda espadas que não têm punho.
- As crianças não sabem manejar a espada e já há casos de graves ferimentos. Ninguém lhes ensinou. Já não brincam com mais nada a não ser com a espada.

E se esta história começasse assim:
- Há poucos, poucos anos, no tempo em que já não existiam dragões, um Ministro, julgando-se dono e senhor do seu pequeno território, teve uma ideia:
- E se eu mandasse distribuir por todas as crianças um pequeno e azul computador?

Armando Lopes

terça-feira, 21 de abril de 2009

domingo, 5 de abril de 2009

Estrangeirados


A palavra que serve de título aplicou-se a muitos portugueses que iam pela Europa fora beber a cultura dos sítios por onde passavam para regressar e nos dar o que cá não chegaria de outra forma.

Eu não me vou pôr com uma aula de História, até porque não é a minha especialidade. Vou falar do que valem os professores de fora. Eu mesmo já o fui muitas vezes: em 18 anos de aulas, só 7 foram em Paredes de Coura.

Quando saio, tenho sempre a preocupação de falar da minha terra (de adopção). A partir daí, se me comportar de forma incorreta, estou a manchar o nome da minha terra. Já cá em Coura, não tenho muito motivo para mostrar grandes capacidades e esforço, porque estamos muito bem servidos de oportunidades para os alunos.

É verdade, os courenses (alguns) agridem os professores de fora, de barriga cheia. Nenhum professor da escola, seja de Coura ou de fora, está cá apenas a fazer a sua obrigação.

Quem não reconhece o contributo do professor Alberto Ribeiro para o desporto escolar; o da professora Helena Cerqueira para a protecção das nossas crianças e jovens; da Educadora Lina na educação de deficientes; dos professores de Matemática, que colocaram o ensino da Matemática de Coura no topo nacional; o da professora Celeste Brandão, para a evolução e crescimento da nossa biblioteca escolar; finalmente o da Professora Cecília Terleira, na coordenação e apoio a todos os professores da escola, fazendo-os sentir bem e catrapiscando-os para se interessarem cada vez mais pelos nossos miúdos.

Nas duas últimas semanas, uma jovem da minha direcção de turma deixou de viver com os pais, estando a viver num lar de acolhimento de outro concelho. Na prática, ela teria perdido o ano e o terceiro ciclo se as referidas Professoras Helena Cerqueira e Cecília Terleira não se tivessem interessado para além da sua obrigação. Em vez disso, fizeram uso do seu merecido tempo livre para desenvolverem contactos com o lar de acolhimento, uma empresa do concelho vizinho, cada um dos professores da aluna e eu. Resultado: a aluna continua o curso, no lar de acolhimento, fará estágio na dita empresa e continuará a fazer a sua formação, tendo os professores que desenvolver tarefas que possa executar à distância.

Em relação ao professor Armando Lopes, que tão maltratado tem sido, ele levou uma turma de um curso tecnológico a conseguir óptimos estágios, conseguiu-lhes estadias, acompanhou-os com denodo, participa na vida cultural de Paredes de Coura, como poucos courenses. Este ano mesmo, envolveu-se na defesa de um aluno que ficou paraplégico e que iria reprovar por faltas, visto estar inscrito num curso profissional. Em vez de se sentar e relaxar, o professor criou uma forma de lhe dar aulas à distância, em conjunto com outra estrangeirada, a professora Paula Melo. Resultado: o aluno já voltou à escola e não teve que somar uma reprovação aos azares que sofreu no início do ano.

É desta massa que são feitos os professores de Coura (de dentro e de fora). Quando é que vamos prestar a merecida homenagem a todos (mesmo todos) estes profissionais que se esquecem de todos os seus problemas para resolver os dos nossos alunos?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Olha! Não é só agora...



Naquele tempo, Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Depois, tomando a palavra, ensinou-os dizendo:
Em verdade vos digo, bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles...

Pedro interrompeu: Temos que aprender isso de cor?
André disse: Temos que copiá-lo para o caderno?
Tiago perguntou: Vamos ter teste sobre isso?
Filipe lamentou-se: Não trouxe o papiro-diário.
Bartolomeu quis saber: Temos de tirar apontamentos?
João levantou a mão: -- Posso ir à casa de banho?
Judas exclamou: Para que é que serve isto tudo?
Tomé inquietou-se: Há fórmulas, vamos resolver problemas?
Tadeu reclamou: Mas porque é que não nos dás a sebenta e pronto!?
Mateus queixou-se: eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se a Ele, dizendo:
Onde está a tua planificação?
Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didáctica mediatizada?
E a avaliação diagnóstica?
E a avaliação institucional?
Quais são as tuas expectativas de sucesso?
Tendes para a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão?
Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios?
Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem?
Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo?
E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais?
Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes?
Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?
Caifás, o pior de todos, disse a Jesus:
Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te que ainda não és titular e não há quadros denomeação definitiva.

... E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos...
Porreiro pá!!!!

domingo, 22 de março de 2009

De Carnaval adiado à Grande Mascarada

Ainda no rescaldo de um Carnaval, pródigo em lições democráticas, Paredes de Coura e o repectivo Agrupamento de Escolas acabam de dar "nova lição".


Os Pais e Encarregados de Educação foram convocados/convidados para uma reunião em que se elegeriam os seus representantes para o Conselho Geral, órgão de gestão escolar encarregue de emanar as orientações de toda a vida escolar do agrupamento. Dos cerca de 900 Pais e Encarregados de Educação, terão comparecido cerca de 80.


Qual não é o espanto dos presentes, quando no plenário é "esclarecido" que apenas os Pais e Encarregados de Educação com as cotas em dia poderiam votar nos representantes propostos, sendo que os 6 eleitos o terão sido por cerca de uma dezena e meia de pares. Acresce que o acesso ao pagamento de cotas e à inscrição foi negado a quem quis fazê-lo na reunião.


Isto faz-me lembrar algo: um sítio ou um tempo em que só os homens válidos/cabeças de casal tinham direito a voto, mas não muito.


Assim se vão incentivando os nossos Pais e Encarregados de Educação a intervir e preocupar-se com a vida da escola a quem entregam os filhos, até 12 horas por dia. Bem hajam estes "democráticos"!

sábado, 14 de março de 2009

Escola - 12 não!! 24 horas por dia...

The Matrix copiright

Os iluminados deste país cá estão de novo. Como somos todos mais felizes desde que o José, a Maria de Lurdes e o Albino nos governam.
Como já estávamos todos com saudades das suas governações acertadas e proveitosas, não nos desiludiram: O Albino e a Maria de Lurdes encontraram-se e tiraram do chapéu mais uma medida de génio. Escola 12 horas por dia!!!!!
Seria verdadeiramente radical e solucionador de muitos males se tivessem arrojado dizer 24 horas por dia. Graças às novas tecnologias, pais e filhos já não se aborrecem muito mutuamente, em casa: os pais têm que produzir, não podem ser aborrecidos com futilidades, como filhos, por exemplo.
Ainda graças às novas tecnologias, as escolas estarão equipadas em breve com umas tomadas para ligar à nuca, para que os infantes possam receber a sabedoria, sem recurso a professores subversivos, nem irem para casa aborrecer os pais.
Se pudéssemos ligar os desempregados e os profes acabavam os problemas deste canteiro à beira mar plantado.

Votem MATRIX!!!!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Fumo branco, mas pouquinho!





Não tive oportunidade de estar presente no encontro com a Associação de Pais de Paredes de Coura. Pouco depois, recebi o telefonema de uma colega a demonstrar-me o seu contentamento porque a quase totalidade dos pais aceitara os argumentos expostos pelos professores presentes.

A descrição que essa colega e, depois outros três, me fizeram coincidia em que alguns pais traziam "recado" encomendado, havendo até casos caricatos de encarregados que fingiam não entender argumentos e repetiam questões já respondidas. De louvar são os que se manifestaram mal informados e surpreendidos pela projecção nacional que o "caso Carnaval" tomou. Desse grupo, alguns atreveram-se mais e manifestaram grande apoio aos professores deste concelho, que tanto têm dado aos nossos alunos e à vida cultural do concelho.

Cecília Terleira, presidente do Conselho Executivo deste Agrupamento, propôs aos pais que fizessem escalas de acompanhantes à praia, ao fim de semana, em que cada encarregado levaria 3 crianças, passando assim tempo de qualidade com os seus filhos. A poupança de 5 dias para 1 dia semanal de praia, permitirá à Câmara alargar o transporte aos encarregados de educação escalados para o efeito.

Pouco depois da reunião, consegui contactar vários intervenientes na reunião que se manifestaram muito satisfeitos com a mesma, incluindo vários pais.

Fumo menos branco vem da reunião de encarregados de educação da minha direcção de turma que não contou com a presença de nenhum encarregado de educação.
Outro aspecto menos positivo são os boatos que correm, de que a representante dos Encarregados de Educação no Conselho Pedagógico terá afirmado a quem encontrou que ficou tudo na mesma, que os professores não querem é trabalhar. A ser verdade, aconselho a referida representante a ler a mensagem do meu colega Luis Borges, sobre a democracia.

Aos pais e encarregados de educação rogo que se empenhem mais na vida escolar dos vossos filhos/educandos, participem nas reuniões, procurem várias fontes de informação sobre tudo o que se passa na escola, porque a primeira raramente é fiável. Aos representantes dos pais desejo bom trabalho e que se pautem sempre por uma atitude de serviço que os seus cargos impõem.

terça-feira, 3 de março de 2009

Santana Castilho, como só ele!

QUANTOS SEREMOS?
Não sei quantos seremos, mas que importa?!

Um só que fosse, e já valia a pena

Aqui, no mundo, alguém que se condena

A não ser conivente

Na farsa do presente

Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,

Nem talvez a mais certa,

A da partida.

Mas podemos fazer a descoberta

Do que presta

E não presta

Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira

Quotidiana.

Esta comédia desumana

E triste,

Que cobre de soturna maldição

A própria indignação

Que lhe resiste.

Miguel Torga, Câmara Ardente

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Democracia interrompida

ou A Gestão da democracia

O desfile de carnaval em Paredes de Coura é apenas a face visível e mediática de uma questão muito mais negra e que nos traz de volta fantasmas que julgávamos exorcizados das nossas vivências. Trata-se de uma questão de poder e, como qualquer questão de poder, implica algumas tomadas de posição extremadas e à margem daquilo que seriam as normais práticas da democracia e da cidadania.
As Escola estão organizadas de forma a incluírem, nos seus órgãos decisórios, elementos representativos dos seus interesses e organizadores das suas políticas. Essa representatividade é determinada hierarquicamente e aceite pelos constituintes de cada órgão. O Conselho Pedagógico é, por excelência, o órgão decisório na organização de cada Escola. É, acima do Conselho Executivo, responsável pelas actividades a realizar, pelas políticas a instituir e pela agenda da Escola.
As decisões emanadas dos Conselhos Pedagógicos das Escolas são fruto da autonomia de que gozam e legitimadas pela democracia que regula o seu funcionamento… mas não em todas as Escolas. No Minho, em Paredes de Coura há uma Escola onde o Conselho Pedagógico não rege efectivamente a sua própria Escola… não rege não porque não esteja mandatado para isso, não rege não porque não esteja composto de elementos competentes para o fazer, não rege não porque não tenha reconhecimento institucional e social para o fazer…
A democracia tem coisas aborrecidas… tem nuances que incomodam… não serve o interesse de todos ao mesmo tempo… obriga a compromissos em vista de um bem maior… por vezes obriga-nos a aceitar decisões que não nos agradam mas que são fruto de interesses mais representativos que os nossos… não é um sistema organizacional perfeito mas, tendo em conta as opções, é o melhor que temos… A democracia tem regras definidas, algumas delas tão básicas que nem faria falta recordar – a legitimidade da maioria, por exemplo.
Um Conselho Pedagógico com 15 representantes decide, democraticamente, rever e fazer uma gestão mais ajustada do seu Plano de Actividades retirando aquelas que não considera nucleares ao desenvolvimento pedagógico dos alunos. A votação, democrática, não é unânime (o tal empeno da democracia que nem sempre agrada a todos) mas é aceite pelos presentes. Até aqui a democracia prestou um serviço a todos porque, melhor ou pior, todas as partes interessadas estavam representadas e tiveram direito à expressão da sua opinião.
Onde a democracia começou a desfalecer foi no momento em que o Representante dos Pais considerou que esta solução, apesar de maioritária e democrática, não servia os seus interesses. O representante dos Pais (a mim não me representa) tem o direito a lutar pelos interesses daqueles que o nomearam e deve fazê-lo em Sede própria e socorrendo-se dos procedimentos instituídos e aceites por todos dentro da organização hierárquica. Deve fazê-lo também imbuído de um espírito crítico, frontal e honesto para com os seus pares… e não o fez… pondo-se completamente à margem do compromisso funcional do órgão onde tem assento, numa atitude ressabiada de menino a quem não fazem a vontadinha, foi fazer queixinhas à comunicação social… e fugiu à verdade nas suas declarações… exagerou, deturpou, atrapalhou. Ao bom estilo da comunicação social actual, o Representante dos Pais foi "um prato cheio" para os "jornalistas". Não estou com isto a dizer que a sua atitude não foi de esperteza… até foi… a democracia não serviu os seus interesses, não foi capaz de aceitar uma decisão que não lhe era favorável… então toca de arranjar subterfúgios que fizessem vingar a sua derrota – que dos fracos não reza a História.
Não tardava muito que o Ministério da Educação não se fizesse mexer, a bem da educação do povo, fazendo todo o tipo de pressão para que se realizasse o Desfile… "the swow must go on". Como referi no início o Desfile é o fiel da balança… obrigar os professores a participar é a prova acabada de que, neste caso, a democracia é "maleável" e "adaptável" em função de interesses que passam muito além da realidade escolar e da hierarquia estabelecida… é um indicador da força de quem manda... e quem manda assim, atropelando os trâmites determinados e as resoluções anteriormente assumidas em Sede legítima, mata a democracia.
Mal de nós (todos) quando a democracia pode ser determinada pela imprensa e pelos interesses de 1 contra a vontade de 14. Os professores participam obrigados neste cortejo e infelizmente este acto vai ser visto como um vergar dos professores à estratégia do Representante de Pais. Aos mais fracos de espírito não faltará o ímpeto mesquinho de julgar:
– Obrigámos os Professores a participar no Desfile.
Aos professores sobra a consolação de o fazer porque coagidos;
Sobra a tristeza de ver a democracia assim manipulada;
Sobra a consciência de que os órgãos de gestão só servem quando as suas decisões são favoráveis a certos interesses;
Sobra a ideia de que toda a gente tem opiniões a dar na Educação e que todas são consideradas, menos as dos professores;
E a mim em particular acresce a indignação:
  • quero os meus filhos educados por professores com capacidade de decisão;
  • quero os meus filhos educados por professores livres, respeitadores e respeitados pela democracia;
  • quero os meus filhos educados num ambiente onde as decisões se tomem de forma consciente, salutar e solidária;
  • quero os meus filhos educados por PESSOAS na verdadeira acepção da palavra; sem estarem manietadas nem serem obrigadas a ir contra as decisões dos seus pares, forçadas por estratégias interesseiras;
  • quero que os meus filhos aprendam o conceito de Fascismo nos livros de História e não nos livros de Mundo Actual;

Luis Filipe Ribeiro Borges

(Professor e Pai de um aluno do Agrupamento Vertical Território Educativo de Coura)

(isto é apenas o início… a manterem-se estas práticas e estas deturpações, qualquer dia toda a gente manda na Escola… menos quem a faz)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

DREN cala escola e anula decisões do Conselho Pedagógico


















imagem de http://www.mockpaperscissors.com/

Surpresa ou não, a DREN, através da CAE de Viana do Castelo resolveu usar o músculo e ordenou à escola e à Presidente do Conselho Executivo que se calasse.

Antes disto ter acontecido já a dita presidente tinha feito declarações à TSF.

Ainda há um fio de democracia...

Ao que sei, a Presidente do Conselho Executivo obedecerá às ordens directas. Não sabemos exactamente se haverá condições para que as ordens sejam cumpridas, visto que os pais já anunciaram que se manifestariam durante a execução do corso, dando aos professores o argumento da ameaça à integridade física, assim como o desvirtuar dos objectivos pedagógicos da actividade.


Lutemos muito e, quando obedecermos, obedeçamos cegamente!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Crónica de Carnaval adiado...

Na passada quarta-feira, o conselho pedagógico da escola em que lecciono (Agrupamento Vertical de Paredes de Coura) decidiu suspender todas as actividades que impliquem trabalho docente para além do estipulado no horário, assim como as participações em actividades da comunidade em que está inserida.
Assim, a primeira baixa será a do Cortejo de Carnaval, que costuma percorrer as ruas e obrigar muitos docentes a investir tempo em regime de gratuidade, já para não falar de investimento monetário que muitos docentes acabam por fazer.
Perante esta tomada de posição, os encarregados de educação, vão reunir-se na próxima quarta-feira, 18 de Fevereiro, para reagir à forma de luta destes professores.
A primeira reacção à reacção, que ouvi, foi de um sacerdote que se lastimou: "Preocupam-se mais com o Carnaval do que com a Comunhão Pascal!" Não pude consolá-lo, porque também eu fui apanhado de surpresa.
Estas formas de luta, as reacções e as reacções às reacções são exemplares dos valores que começam a pautar a nossa sociedade. A primeira pedrada é o facto de, há algum tempo a esta parte, a escola ter passado a ser um campo de batalha entre professores e alunos, professores e encarregados de educação e, suspeito, que em casa, entre pais e filhos. Tudo se resume a conflitos e a reinvidicar direitos. Os deveres...
As reuniões com encarregados de educação têm em média três encarregados, os alunos questionam a autoridade dos professores com o incentivo dos pais (dá menos trabalho, apesar de o resultado final não ser tão bom...), alguns professores vão-se rendendo a uma suposta inevitabilidade e começam já a afiar os dentes para a luta pelo estatuto que um "Excelente" lhes pode trazer.
Como referi, há algum tempo, o que se aproxima é uma completa deseducação em que cada um se preocupe consigo mesmo - uma espécie de antídoto para a sociedade.
Para finalizar, queria deixar uma definição de funções que dará que pensar, se não for muito incómodo: encarregado de educação é responsável pela educação do educando, paga ao estado para lhe prestar esse serviço e sempre que tiver razão de queixa é ao estado que deve pedir responsabilidades. Da mesma forma, o professor presta um serviço ao estado e é ao estado que deve prestar contas, se não exercer cabalmente o seu serviço. O que se passa em Portugal é algo ligeiramente diferente: o fluxo de dinheiro é exatamente o mesmo, mas o fluxo de responsabilidade faz curto-circuito entre os pais e os docentes, deixando o estado de fora e, normalmente, sacudindo a água do capote dos pais.
Já falta pouco para o Matrix: os pais entregam os filhos à máquina, é-lhes ligada a mangueira à nuca e vegetamos felizes para sempre...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

As nossas imagens






Parece que estamos parados, mas só estamos é a andar devagarinho, sem falhas e sem recuos. Aqui deixo algumas das nossas imagens de marca. Quando formos maiores, começaremos a fazer merchandizing, mas para já temos que nos contentar em distribuir a imagem e cada um que faça dela o que considerar melhor: t-shirts, autocolantes, outdoors...

Em breve surgirão as iniciativas "Da noite para o dia". Serão vistosas e divertidas. Vamo-nos a eles!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os insultos começam a cair...

Faz uma semana hoje, que iniciamos este movimento. A votação ao lado, apesar de não muito concorrida, é bastante elucidativa do que pensamos sobre esta avaliação.
Depois de uns dias de convalescença, encontrei a escola em polvorosa. Uns estão intransigentemente contra, outros vão cedendo e alguns estão a fazer contas sobre se vão perder ou ganhar com esta avaliação e com a "luta dos outros".
O pesadelo ultrapassa as mais negras expectativas. A escola de ensino pela cooperação iniciada por Roberto Carneiro está a dar os últimos estertores. O que se aproxima é um ambiente em que vale tudo como uma empresa, em que apunhalar alguém pelas costas é recompensado, em que sabotar o trabalho de um colega pode ser muito recompensador.
No meio disto tudo, os encarregados de educação continuam a confiar num moço de recados da ministra, mais papista que o papa, sedento de poder.
Ainda ninguém parou para pensar que não fazemos peças para carros, nem enlatamos carne para rações de combate. Nós devíamos estar a formar cidadãos para defender a democracia, a ética, o saber, a compaixão, o civismo...
Mas como? Se temos que estar sempre a afiar as unhas?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nasceu!!! ...mais um...

- Nasceu um blogue de professores zangados!
- E depois? Isso é alguma novidade?
- Não...
- Desde que me lembro, os profes sempre estiveram zangados.
- Porque será?
- Sei lá...


Aqui podemos começar a dizer porquê. Se tem qualquer razão para se sentir insultado e é professor, envie-nos uma história ou teoria, ou poema... ou o que quiser e vamos partilhando com a blogosfera.

Além disso, aqui vamos encontrar as próximas formas de luta do movimento "Professor Insultado".