Numa mesma semana, o Ministério da Educação liberta documentos importantes como o revisto Estatuto da Carreira Docente e algumas novidades no que toca à Avaliação do Desempenho Docente, ao mesmo tempo que saem as listas de ordenação dos docentes que concorreram ao concurso intermédio.Se nos primeiros casos, os sindicatos rejubilaram com as novidades, que ainda não tive tempo de ler a fundo, mas que asseguram que não haverá espartilhamento da carreira em duas, pelo menos, no segundo o silêncio só é disperso pelas vozes dos colegas contratados que não couberam nas categorias de Muito Bom ou Excelente, quer por não se terem safado tão bem nas aulas assistidas, quer porque a filosofia da escola onde leccionaram era dar Bom a todos, quer porque a cota de Muito Bons e Excelentes se havia esgotado. Assim, alguém que esteve doente ou de licença materna viu-se descer uns 200 lugares, sem poder fazer nada. Alguém que esteve numa escola com poucos meios ou casos difíceis viu as hipóteses de se aproximar de casa, ou de conseguir dar aulas para o ano a desaparecerem pelo cano.
Se a medida da civilização se afere pelo esforço e dispêndio com a educação da população, avalie-se Portugal, que vai "moendo" uma classe profissional altamente qualificada, a quem exige polivalência de funções e cuidados a 360º aos alunos, por os pais terem cada vez menos tempo e disposição para os protegerem e cuidarem.
Resumindo, estamos a construir escolas/asilos em que a competição se irá sobrepôr à cooperação e aos valores da generosidade e entre-ajuda, em que solidariedade será alvo de estudo como idiossincrasia do passado.
Proteja-se o mundo, porque Portugal será o próximo forno de pulhas que irá conquistar o mundo, se souber ler...
