sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
"Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar"
Neste jogo de assuntos menores (ou que parecem menores), como a avaliação de professores, aumentos salariais... e em caças às bruxas (aos professores, aos médicos, aos juízes - sabe Deus quem será a classe/bode espiatório seguinte), fomos esquecendo a discussão daquilo que mais importa: se estamos mal, porquê e o que fazer para melhorar?
Até ao momento, temos aliviado a consciência com a distribuição/afastamento das culpas e responsabilidades. Ao aproximar-se a posta em vigor do acordo entre os sindicatos e o governo sobre a avaliação e o estatuto da carreira docente, estive tentado a mudar o nome do blog, mas os insultos não tendem a deixar de ser um vício (nalguns casos, cantos de cisne, antes do desfecho fúnebre do próprio cisne).
O título deste desabafo não parece muito pertinente para o conteúdo, até ao momento. Na realidade, algumas notícias e estudos dão-nos um merecido estalo na cara, que nos acorda das referidas questões menores, para a realidade e para as reais prioridades. Independentemente dos nossos problemas e agressões externas, temos que nos manter focados na nossa função, desdobrando-nos para sermos instrutores, educadores, psicólogos amadores, assistentes sociais de primeira linha.
A realidade que me esmurrou esta semana foi um estudo, encomendado pelo governo espanhol (que não perde tempo e energia a agredir professores), a especialistas em educação. O resultado está presente num excelente artigo que reflecte não só a crise de autoridade familiar, mas também a da própria escola, em que todos interferem, mesmo sem interesse directo que não seja o de se fazer ver.
Deixo-vos a ligação: basta carregar aqui.
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Em Setembro de 1983 entrei numa nova escola. Estava na 4ª classe, na sala do Professor Bernardino. Talvez por este nome poucos se lembrem dele, mas se eu aqui escrevesse a sua alcunha, todo o concelho de Valpaços desperta para um dos mais violentos Professores que por aquelas terras passou. Era de facto uma pessoa "bruta" e ainda sinto a sensação das chapadas, das pancadas na cabeça e nas orelhas e até da cabeça a bater no quadro preto quando as contas não batiam certo. Era um exagero absoluto e ainda bem que esses tempos acabaram. Pena ter também acabado o respeito. O respeito que os alunos tinham pelos Professores, pelos Funcionários, pelos Pais... Nesses tempos a falta de respeito era impensável. Hoje, é infelizmente uma realidade. Aqui por Paredes de Coura também há faltas de respeito, mas, ainda assim, considero que estamos num "cantinho do céu!". A verdade é que nas coisas boas e nas coisas más, somos o reflexo da educação que tivemos, primeiro em casa, depois na escola, depois no trabalho, ... E se faltarem os alicerces (família), jamais a construção será perfeita.
ResponderEliminarDedico este post ao meu Professor Bernardino, pois mais do que sentir a dor dos seus castigos, lembro-me do muito que me ensinou, e isso, supera tudo o resto! Onde quer que esteja: Obrigado.