sexta-feira, 27 de março de 2009

Olha! Não é só agora...



Naquele tempo, Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Depois, tomando a palavra, ensinou-os dizendo:
Em verdade vos digo, bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles...

Pedro interrompeu: Temos que aprender isso de cor?
André disse: Temos que copiá-lo para o caderno?
Tiago perguntou: Vamos ter teste sobre isso?
Filipe lamentou-se: Não trouxe o papiro-diário.
Bartolomeu quis saber: Temos de tirar apontamentos?
João levantou a mão: -- Posso ir à casa de banho?
Judas exclamou: Para que é que serve isto tudo?
Tomé inquietou-se: Há fórmulas, vamos resolver problemas?
Tadeu reclamou: Mas porque é que não nos dás a sebenta e pronto!?
Mateus queixou-se: eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se a Ele, dizendo:
Onde está a tua planificação?
Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didáctica mediatizada?
E a avaliação diagnóstica?
E a avaliação institucional?
Quais são as tuas expectativas de sucesso?
Tendes para a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão?
Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios?
Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem?
Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo?
E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais?
Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes?
Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?
Caifás, o pior de todos, disse a Jesus:
Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te que ainda não és titular e não há quadros denomeação definitiva.

... E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos...
Porreiro pá!!!!

6 comentários:

  1. Depois de ler este texto, como católico praticante, sinto-me triste e indignado, penso que este senhor não tinha o direito de se servir da imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo, para fazer este insulto aos Católicos! Sr. Professor peço-lhe desculpa , mas o senhor nesta parte foi infeliz! Tenho lido com atenção os seus textos, além de o conhecer bem, sei que é uma pessoa educada, respeitadora e compreensível,incapaz de ofender seija quem for, só espero que reconheça o erro, porque errar todos nós erramos.
    Só que Senhor Professor, o Senhor como homen de H grande, tem que pedir desculpa a todos os católitos! estou certo que o Senhor se vai retractar-se! E que Deus sempre o ajude nas suas horas mais dificeís, pelo menos numa melhor imaginação, para que não ofenda ninguém
    no seu blog.

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  2. Eu sou católico, como bem saberá. Todos os dias da minha vida procuro imitar Cristo e fiquei muito contente quando um padre me enviou esta mensagem, depois de ouvir as minhas queixas enquanto professor.
    O dito padre não é autor do texto. É de outro padre, também professor.
    Entendo que à primeira vista seja ofensivo, mas Cristo foi mesmo professor, ainda é.
    Isto é o que ele teria de enfrentar se se decidisse a ensinar-nos hoje. Se reparar, em momento algum gozo com Cristo, nem com os católicos. Antes pelo contrário, o texto retrata um Cristo que tem uma mensagem a transmitir e ninguém o deixa, com picuinhices sem importância.
    De qualquer modo, conto sempre com quem me lê para me corrigir e chamar à atenção. Vocês são a razão de ser da minha escrita.

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  3. Sr. Professor Paulo Castro, o Senhor, não acha que é uma ofensa,aos que seguem Cristo? e em especial nesta altura do ano (Quaresma) quando nós católicos fazemos a reflexão da morte de Jesus, daquele que morreu para nos salvar.
    "...E jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos..."
    Jesus mataram-no aos trinta e tês anos, e não se reformou como o Senhor diz, em forma de trossa . O Senhor, sabe bem disso, só que mais uma vez lhe digo, foi infeliz aproveitar-se da imagem do nosso Salvador!
    Não acredito que um Padre, lhe tenha sugerido esta imagem e este texto, porque se o fizesse, este, não é um Ministro de Deus! Não acredito!!!

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  4. Ao contrário da maior parte de nós, Jesus Crsito morreu voluntariamente. Escolheu ser um homem. Não se deixou confortavelmente no papel de Deus.
    O padre que escreveu este texto, é mesmo um verdadeiro mensageiro de Deus, mas mostra Cristo como aquele que foi Homem para nos ensinar a ser Homens.
    O que Cristo ensinou com a sua morte (reforma - quer dizer mudar de forma) antecipada foi que às vezes vivemos mais dando a vida.
    Se esta história o ofende, peço-lhe o mais sincero perdão.
    Quanto à imagem, não fazia parte do texto, mas é a imagem de Cristo de que mais gosto. Rodeado de crianças, cheiras de vontade de beber tudo o que ele dizia, sem ligar aos "técnicos" invejosos dos ensinamentos deles.
    Eu acredito que Deus não é só Amor. É também Humor. Aprendemos mais a rir do que a chorar.

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  5. Parece-me que os comentadores anónimos que batem no peito a dizer que são cristãos estão muito preocupados em deturpar a imagem pública do autor do blog.

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  6. Sou cristão praticante. O que não percebo é o tom de julgamento do comentário dos anónimos. Parece que estão mais preocupados com uma guerrilha qualquer do que com a mensagem do texto.

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